A Grande Guerra foi um conflito entre as potências industriais pela hegemonia na Europa e no mundo. Durante a Paz Armada, as potências européias investiram maciçamente na produção de armas cada vez mais destrutivas. Além disso, mantinham exércitos em estado de prontidão. O custo de manutenção dos exércitos era muito alto: em algum momento, teriam de justificar a sua existência. O grande desenvolvimento técnico e industrial alcançado pelas potências européias durante a Paz Armada resultou na criação de armas de guerra extremamente poderosas. Os exércitos terrestres utilizaram a artilharia pesada, armas de repetição e metralhadoras. Durante a guerra, surgiram armas novas e ainda mais terríveis: os lança-chamas, os gases tóxicos e o tanque. No mar, as esquadras utilizaram enormes navios encouraçados que carregavam peças de artilharia pesada. Os submarinos, armados de torpedos e minas explosivas, ameaçaram a navegação comercial inimiga.
No início, a aviação foi usada apenas para vigiar os movimentos do inimigo. No transcorrer do conflito, os aviões foram armados com bombas e metralhadores, convertendo-se em armas.
As fábricas se dedicaram quase que exclusivamente à produção de armas e equipamentos militares. As vias de comunicação - estradas e ferrovias - serviam prioritariamente aos exércitos locais ou inimigos. Em alguns lugares, foi adotado o trabalho obrigatório nas indústrias de material bélico.
Os Gases
Em relação às armas químicas, na Primeira Guerra, os exércitos alemão, francês e britânico utilizaram gases venenosos para aniquilar os soldados do exército inimigo. Foram utilizados gás de cloro, gás de mostarda e gás de sangue a partir de 1916. Isso foi permitido pelo poder da indústria química do séc. XIX. O cientista alemão Fritz Harber, ganhador do Prêmio Nobel de Química por suas pesquisas sobre a síntese da amônia, propôs, em 1915, o uso de gás cloro contra os inimigos. Sua idéia foi posta em prática na Batalha de Ypres, na Bélgica. Ainda na Primeira Guerra Mundial, o gás mostarda foi usado pelos alemães contra os inimigos e os ingleses e franceses utilizaram gases do sangue. Estima-se que nessa guerra houve mais de 100 mil mortos de armas químicas.
Uma primeira experiência com o gás foi feita em 3 de janeiro de 1915. Os alemães lançaram gás de cloro em cartuchos sobre as trincheiras inimigas, mas as baixas temperaturas inibiram o efeito da substância. Porém, em abril do mesmo ano, o exército alemão usou o gás novamente. Nessa ocasião, uma densa névoa verde-cinza, típica do gás de cloro, que foi expelido de 520 cilindros, começou a soprar em direção às linhas de um regimento franco-argelino que sustentava a posição. Os soldados fugiram, tentaram se esconder ou se proteger com máscaras improvisadas. Alguns conseguiram, outros não. Psicologicamente, o ataque deu grande resultado, pois os soldados abandonaram suas posições deixando armas e mochilas no local.
Ainda em 1915, em setembro, os ingleses deram a sua resposta a esse ataque, jogando sobre os alemães entrincheirados, uma substantiva quantidade de gás de cloro. Se nos primórdios desse tipo de recorrência ao gás mortífero era costume utilizar grandes cilindros para despejar veneno ao sabor da direção em que o vento soprava, em seguida avançou-se para o uso de um cartucho próprio, capaz de lançar cápsulas de gás venenoso a enorme distância.
Foi a partir do ano de 1916, especialmente durante a longa batalha de Verdun, travada entre alemães e franceses, que o gás entrou em cena de vez. E desta vez estreou-se um novo gás, muito mais tenebroso em seus efeitos do que o cloro - o chamado gás de mostarda (dichlorethylsulphide). De cor amarelada forte, ele mostrou-se capaz de devastar as linhas adversárias mesmo em meio às tropas equipadas com máscaras anti-gases. Em contato direto com qualquer parte da pele da vítima, de imediato, ele levantava bolhas amareladas, atacando em seguida os olhos e as vias respiratórias. Além disso, tinha a capacidade de permanecer fazendo efeito durante um tempo bem superior do que os outros, como o gás lacrimogêneo (lachrymator), não-mortal, e o de cloro, seja o fosfogênico ou o difosgênico.
Carros de Combate
A batalha na região de Flers, no norte da França, foi um dos episódios mais sangrentos da Primeira Guerra Mundial, que deixou o saldo de mais de um milhão de soldados mortos. A entrada da chamada "indústria de guerra" no conflito é refletida principalmente na presença dos tanques na frente de batalha. Foi neste local que ingleses e franceses usaram o pesado veículo como arma tática de apoio à infantaria, na luta contra os alemães. Tendo já visto a utilização de carros armados da Rolls Royce em 1914, e tendo conhecimento do esquema para criar um veículo de combate de lagartas, Winston Churchill patrocinou a Landships Committee para supervisionar o desenvolvimento desta nova arma. O primeiro protótipo de um tanque criado com sucesso, com a alcunha de "Little Willie", foi testado a 6 de Setembro de 1915. Embora inicialmente chamados de "landships" (Português: barcos de desembarque) pelo Almirante, eram geralmente referidos como "water-carriers" (Português: carros de água), e mais tarde referidos oficialmente como "tanques" para manter em segredo o projeto. A palavra "tanque" foi utilizada para dar a sensação aos trabalhadores, que estes estariam a trabalhar na construção de contentores de água com lagartas para o exército Britânico em Mesopotâmia.
O primeiro carro de combate a entrar em serviço foi um Mark I, levado para combate pelo Capitão H. W. Mortimore da Marinha Real Britânica para Delville Wood durante a batalha de Somme a 15 de Setembro de 1916. A França mais tarde desenvolveu o Schneider CA1 a partir de tractores Holt, sendo utilizadores pela primeira vez a 16 de Abril de 1917. A primeira utilização maciça de carros de combate em combate ocorreu a 20 de Novembro de 1917, na batalha de Cambrai.
A guerra terminou antes que o uso de carros de combate pudesse ter um impacto significativo - apenas alguns veículos foram efetivamente postos em campo. No entanto, o resultado do uso de carros de combate na Batalha de Amiens, perto do final da guerra, veio demonstrar que o combate de trincheiras estava obsoleto.
Aviões
As forças armadas começaram a usar aviões em combate durante a 1º Guerra Mundial. Os aviões usados principalmente para observação também começaram a ser equipados com metralhadoras. Os militares que prestam serviço na força aérea desempenham tarefas diferenciadas: a tripulação de uma aeronave é composta pelo menos, por um piloto, um navegador e um artilheiro para manobrar o armamento. Como mostra as figuras seguintes:
Navios
Os navios na 1º Guerra Mundial tiveram uma importância enorme, visto que permitiram um maior número de transporte de tropas, bem como permitiam um ataque mais poderoso e mais eficaz.
Já se sabe que os navios desta altura não eram feitos do mesmo material, e com a mesma qualidade dos de hoje em dia, mas mesmo assim eram bem fortes e bem construídos.
Vários navios participaram nesta longa guerra, estando alguns exemplos aqui descritos:
Mauritânia:
O Mauritânia, lançado à água em 1906, foi o primeiro navio de passageiros dotado com turbinas de vapor. Este navio com os seus quase 28 nós deteve durante 22 anos a flâmula azul, símbolo internacional concedido ao transatlântico mais veloz. Tal como o seu gémeo Lusitânia, media 240 metros de comprimento e 27 de largura, com uma arqueação bruta de 38000 toneladas. A potência das suas máquinas era de 70000 cavalos-vapor.
Couraçado:
Dispondo de artilharia pesada e grossas blindagens, os navios couraçados foram considerados os reis do mar na 1º Guerra Mundial.
O Couraçado nasceu da necessidade de encontrar uma proteção contra os novos canhões estriados aparecidos em meados do século XIX.
Com o progresso da siderurgia, os primeiros Couraçados dispuseram de blindagens de ferro de mais de 100 mm convertendo-os em autênticos fortes flutuantes. Em princípios do século XX o Couraçado era uma formidável máquina de guerra.
Dreadnought
O Dreadnought, lançado à água em 1906, acionado por turbinas a vapor, tornou antiquados os restantes Couraçados. A sua artilharia monocalibre proporcionava-lhe uma bordada muito superior e um alcance até então desconhecido.
Submarinos:
Depois dos navios, os militares passaram a poder contar com a ajuda de submarinos, que possibilitavam navegar debaixo de água sem o inimigo dar por nada. Ainda que não fossem muito eficazes, na altura eram uma ajuda preciosa.
A idéia de navegar debaixo de água é muito antiga, mas os problemas que apresentava só se superaram em finais do século XIX.
Na primeira Guerra Mundial o submarino era uma arma desenvolvida, mas só adquiriu a sua verdadeira importância na segunda Guerra Mundial.
Submersível Holland, de princípios do séc. XX. Este e o Lake foram os primeiros submarinos eficazes, já que incorporaram um motor de gasolina e conseguiram autonomias da ordem dos 2800 km. Por causa das explosões que produziam as emanações de gasolina, em 1909 adaptou-se o motor de gasóleo; este foi o sistema definitivo na propulsão dos submersíveis.
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